O espetáculo francês “Les Girafes, Opérette Animalière” promove uma invasão lúdica por meio
de girafas de dimensões gigantescas, com pescoços ornamentados pelas luzes de um colar de
pérolas nada convencional. Em meio a muita música, um show pirotécnico e chuva de papel
picado disparado por canhões, os simpáticos animais serão conduzidos pelos integrantes da
Compagnie Off em consonância com a proposta de dialogar e interagir com o local e seus
transeuntes. Vale lembrar que o espetáculo já viajou pelos quatro cantos do mundo em Roma,
por exemplo, a apresentação do grupo francês atraiu mais de 120 mil pessoas. Fundada por
Philippe Freslon em 1986, na cidade de Tours, a Compagnie Off notabilizouse, ao longo dos
anos, por abraçar uma pesquisa artística alicerçada sobre temas universais como o amor ou a
morte trabalhados sob o prisma da ficção e em sintonia com os lugares nos quais os
espetáculos são apresentados.
A composição urbana e humana está, pois, no coração das montagens da Off, considerada,
atualmente, uma das companhias europeias mais emblemáticas do universo do teatro de rua. As
criações da Off mesclam elementos extraídos dos universos circenses e operístico a pinceladas
da arte contemporânea, mas sempre alinhadas com a arte da performance e tendo o adicional
de cenografias monumentais. Entre os espetáculos já encenados pela companhia, está, por
exemplo, ” Le Gros” (1990). Nele, componentes de dez nacionalidades levaram às ruas uma
intervenção plástica e bufona, trabalhando sobre o “não texto”: ali, o movimento conduzia a
narrativa. Já no ano seguinte, “Le Défilé Fantastic” se inspirava nas festas medievais, e o canto
lírico entrava como elemento enriquecedor. O conceito “ópera de rua” volta a ser explorado em
“Les Sept Pechés Capitaux”, espetáculo de 1993, que mais uma vez se vale do uso de objetos
cenográficos monumentais – agora, com ingredientes extraídos do surrealismo.
Três anos mais tarde, “Les Baisers du Cinéma” homenageou a sétima arte. Mais um salto
temporal e, em 1999, estreia “Les Roues de Couleurs, Technoprocession” (1999), parada
hipnótica conduzida pela música Techno. Foi no ano seguinte que a Compagnie Off estreou “Les
Girafes, Opérette Animalière”, espetáculo que o grupo traz agora à capital mineira. A trajetória do
grupo contempla outras montagens – como “Le Palais des Découvertes” (1993), “Carmen Opéra
de Rue” (1999) ou “Va Donner aux Poissons une Idée de ce qu’est l’Eau” (2004) que se
notabilizaram por também propor uma parada, mas dentro de um espaço circular, uma espécie
de “gaiola”, em um movimento de centrifugação que, em um determinado momento, abria espaço
para um desenlace inusitado.
20/5, às 21h, Praça da Estação
22/5, às 16h30, Praça Geraldo Damata Pimentel (Nova Praça da Pampulha)
Classificação: Livre
Duração: 90 min.
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